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O show das poderosas nas Ciências

Não é por nada não, mas estou ficando catedrática em dar notícia boa por aqui. E falando em catedrática, a pesquisadora brasileira Angela Vilela Olinto, formada em física pela PUC-RJ e com doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Massachussetts, acaba de se tornar membro da Academia Americana de Artes e Ciências. E tem mais: na mesma semana ela também foi eleita membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A notícia foi destaque no Brasil e no mundo. Não só porque a Academia Americana de Artes e Ciências, fundada em 1780, teve, entre seus eleitos, personalidades como Charles Darwin, Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill e Nelson Mandela, mas também pelo fato de ela ser mulher.


Sim, isso foi enfatizado porque ainda há uma discrepância entre homens e mulheres cientistas. Dados de um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) indicam que mulheres ocupam apenas 28% das posições de pesquisa no mundo. O levantamento também afirma que apenas um em cada cinco países atingiu a paridade entre homens e mulheres no campo da pesquisa científica.


Outro estudo - “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em STEM” (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) - realizado em 2018 pela ONU Mulheres, mostra que menos de 30% dos pesquisadores do mundo nessas áreas são do sexo feminino.


O documento também destaca o papel fundamental dos sistemas educacionais na determinação do interesse das meninas em disciplinas de STEM. E aponta a necessidade de atrair a participação feminina para o campo científico. Não apenas para garantir os direitos das mulheres, mas também para a evolução da ciência. “A inclusão de mulheres promove a excelência científica e impulsiona a qualidade dos resultados em STEM”, afirma um trecho do texto.

Angela, que nos encheu de orgulho essa semana, é professora da Universidade de Chicago desde 2006, e é mais conhecida por suas contribuições na pesquisa da estrutura da matéria e do universo. Essa habilidade de transitar entre a física de partículas e a astrofísica é que chamou a atenção da comunidade física e que faz dela a grande pesquisadora que é. Mas ela não é a única brasileira que tem se destacado na pesquisa científica. Há centenas de Angelas no país ou fora daqui, mas que são made in Brazil.


Com experiência nos estudos de DNA dos vírus da dengue, zika e chikungunya, a pesquisadora Ester Sabino é mais uma brasileira porreta. Ela coordenou o grupo brasileiro do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP que realizou, no início do ano passado, o sequenciamento genético do novo coronavírus no tempo recorde de apenas 48 horas.



Outra pesquisadora brilhante que também entrou na luta do coronavírus, antes mesmo dele chegar ao Brasil, é a professora do Centro de Tecnologia em Vacinas e Diagnósticos da UFMG, Ana Paula Fernandes. Ela foi responsável pela criação de um diagnóstico sorológico para detecção da Covid-19 100% nacional.


Um dos maiores nomes da ciência no Brasil, a astrofísica extragalática Duilia de Mello é vice-reitora e professora na Universidade Católica, em Washington, além de colaboradora da Nasa. Atualmente, a astrônoma brasileira estuda a evolução das galáxias. Além de se dedicar às pesquisas, Duilia encoraja meninas a entrarem no universo científico por meio da “Associação Mulher das Estrelas”. Ela já falou para mais de 30 mil jovens e crianças em seu projeto no Brasil.

O espaço é pouco para falar das muitas e muitas cientistas brasileiras que temos por aí, honrando o nosso país com sua dedicação à pesquisa em diversas áreas do conhecimento. A gente fica aqui com o coração quentinho e agradecido por elas existirem, perserverarem e mostrarem do que as mulheres são capazes, em mais uma área dominada pelos homens.


Para saber mais:

Pesquisa

No Brasil, a revista Gênero e Número publicou em 2018 uma pesquisa com dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mostrando que em áreas como engenharia e ciências exatas, os homens são maioria na quantidade de bolsas.


Livro As Cientistas

Recheado de ilustrações encantadoras, As cientistas destaca as contribuições de cinquenta mulheres notáveis para os campos da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo, além de trazer infográficos sobre equipamentos de laboratório, taxas de mulheres que trabalham atualmente em campos da ciência e um glossário científico ilustrado.


Entre as perfiladas, estão figuras bem conhecidas, como a primatologista Jane Goodall e a química Marie Curie, e outras nem tanto, como Katherine Johnson, física e matemática afro-americana que calculou a trajetória da missão Apolo 11 de 1969 à lua.


As cientistas celebra as realizações das mulheres intrépidas que abriram o caminho para a próxima geração de engenheiras, biólogas, matemáticas, médicas, astronautas, físicas e muito mais!



Mulheres na Ciência

O Mulheres na Ciência é um espaço feito para somar, trocar, crescer. Também é um espaço para mulheres cientistas contarem suas histórias e discutirem sua posição no mundo científico do ponto de vista feminino. É a revista eletrônica que gostaríamos de ter lido no começo de nossas carreiras, e que pretende se tornar uma referência de cultura para todas as mulheres que são apaixonadas por Ciência; feita por nós, para nós.



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